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2 – VIDA E OBRA DE EDWARD BACH
Edward Bach nasceu no ano de 1886 em Inglaterra. Licenciou-se em medicina e no seu exercício veio a aperceber-se que no tratamento das doenças, o estado afectivo dos doentes era bem mais importante que o seu corpo físico, ou seja, que as patologias físicas derivavam em muitos ou na maior parte dos casos de desequilíbrios e condições psicológicas adversas. É hoje dado como assente, que uma mente estável interfere positivamente no sistema imunitário, proporcionando um acréscimo de defesas a todos os que gozam de saúde espiritual. Neste particular, podemos constatar que a Psicopatologia determina, entre outras, como doenças em que pode predominar uma patogenia psicossomática, a artrite, doenças da coluna, o espasmo do esófago, dispepsia, úlcera gastroduodenal, síndroma do cólon irritável, obstipação, diarreia, colites, psoríase, eczema, urticária, eritema, asma, rinite, coriza alérgica, tuberculose, psicalgias diversas, enxaqueca, hipertensão, cardialgias, acidentes vasculares cerebrais, hipertiroidismo, anorexia, perturbações sexuais, cancro.
Os Remédios
Florais intentam curar os distúrbios psicológicos dos indivíduos – que são
entidades bio-psico-sociais globais –, imediata ou mediatamente causadores
das doenças físicas, sem olvidar, que gerando o equilíbrio personológico do
paciente, melhoram substancialmente a sua qualidade de vida, proporcionando-lhe
auto-estima, gosto pela vida em todas as suas manifestações e um bem-estar
geral, que são apanágio de uma personalidade normal. A recuperação da doença é
muito mais rápida e eficaz quando os aspectos dinâmicos da personalidade se
enquadram em padrões considerados normais e a atitude do paciente perante a
vida e os inúmeros factores psicossociais envolventes se assume de modo
positivo.
No ano de 1917 foi diagnosticada a Bach uma doença
incurável, tendo-lhe sido vaticinados três meses de vida. No entanto, só veio a
falecer muito tempo depois, em 1936, talvez motivado por uma enorme
determinação em realizar o projecto de trabalho que intuitivamente o
assoberbava.
Em 1928 descobriu
Bach, três florais: Mimulus, Impatiens e Clematis, depois
de ter observado que os diferentes tipos de personalidade reagem à doença de
forma diversa. Entre 1930 e 1934, após ter desistido da sua clínica em Harley
Street, fixou-se em Cromer, na costa de Norfolk e por experimentação própria,
já que era um homem extraordinariamente sensível, descobriu os restantes 35
remédios florais e o Rescue Remedy, teorizando os fundamentos da nova
terapia, que pretendia simples e eficiente, ao ponto de considerar
perfeitamente possível e até recomendável o auto-tratamento. Em 1931
publicou o livro “Cura-te a ti mesmo”, que tem tido ao longo dos anos inúmeras
reedições.
Em 1934
transferiu a sua residência para uma vivenda denominada Mount Vernon, em
Oxforshire, actual Edward Bach Centre, onde ainda hoje se preparam as
tinturas mãe dos florais, utilizando-se sempre que possível os mesmos locais do
fundador para a colheita das flores.
Nora
Weeks e Victor Bullen, colaboraram com Bach e deram continuidade à sua obra.
Também F.J. Wheeler, autor de um Repertório dos Remédios Florais, que
conheceu e trabalhou com ele, de 1929 até à sua morte, alcançou extraordinários
resultados com a aplicação das 38 essências. O mesmo tem acontecido com
inúmeros terapeutas do mundo inteiro.
Para Bach, a doença
é o resultado do conflito entre a Alma e a mente e jamais será erradicada
excepto por intermédio do esforço espiritual. Uma personalidade isenta de
conflitos é imune à enfermidade, sendo o “ego” a causa de todos os nossos
problemas e ainda a ideia de dualidade, que não nos permite ver o Todo.
Na
cuidada observação dos pacientes, concluiu que as enfermidades resultavam de
estados emocionais negativos, como o medo, a indecisão, ansiedade, desespero,
angústia.
Não é a doença
física que urge tratar, mas o psiquismo que se encontra em desarmonia. Há que tratar
o doente e não a doença, concepção desenvolvida por Hahnemann, criador
da homeopatia. Os Florais, encaram o indivíduo na sua globalidade mental, que é
valorizada em detrimento dos sinais e sintomas meramente físicos. Por tal
motivo, dois doentes com a mesma patologia, podem ser tratados com diferentes
remédios, face às suas estruturas caracterológicas e de personalidade,
hierarquizando-se sintomas de componente emocional, tais como, ansiedade,
depressão e fobias. Este tipo de procedimento pode ser encontrado na Medicina
Homeopática, onde os sintomas mentais e gerais do paciente assumem uma
importância decisiva, em detrimento dos locais.
Para além
de médico e bacteriologista, Bach tinha formação em homeopatia, o que o
introduziu no conceito de cura vibratória. Como é sabido, os medicamentos
homeopáticos a partir de determinada diluição não contêm quaisquer moléculas da
substância originária e os de diluição mais baixa apresentam uma concentração
bastante reduzida.
Influenciado
pelos métodos da farmácia homeopática, no contacto com a natureza, testou em si
mesmo o efeito de diversas flores, colocando uma ou mais pétalas recolhidas de
manhã e ainda orvalhadas na língua e até na palma da mão, por ter percepcionado
que as gotas de orvalho aquecidas pelo Sol, adquiriam as propriedades curativas
das flores em que se tinham formado. Os seus remédios também não contêm partes
físicas das plantas, como melhor se verá quando tratarmos da matéria
respeitante à sua produção.
A comunidade
científica considera-os placebos por não estar demonstrada a sua eficácia ao
nível bioquímico. No entanto, muitos pacientes têm obtido resultados
inesperados, interessando-lhes não a demonstração científica, mas o alívio dos
seus males.
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